Sexta-feira, dia 20 de novembro, é dia da consciência negra. É praxe as equipes de RH pensarem em ações para datas específicas do calendário, em especial aquelas que tratam dos direitos das minorias. Mas para além de resolver o que fazer nessas ações pontuais, a pergunta fundamental é a seguinte: o que é que você (ou sua empresa) vai fazer para ajudar a construir uma narrativa de protagonismo negro no mercado de trabalho?
Não trago respostas. Aliás, vem aí uma enxurrada de outras perguntas. Quantos negros trabalham na sua empresa? Quantos estão em cargos de liderança? Quais são as políticas para garantir inclusão de profissionais negros nos programas de recrutamento e seleção? O plano de carreira abre possibilidade de crescimento para todos, contemplando as diferenças socioeconômicas e de histórias de vida?
Sua empresa acolhe a diversidade e tem um posicionamento forte e claro contra qualquer forma de racismo, sem brechas para “brincadeiras” e “piadas” desrespeitosas? O ambiente de trabalho fomenta o respeito à diversidade e à inclusão? Há algum tipo de treinamento ou fórum de debate com o intuito de combater o racismo?
De que forma sua empresa valoriza e abre espaço para talentos negros promoverem e disseminarem seu expertise, habilidades e conhecimentos?
A comunicação da sua empresa é coerente com suas políticas e práticas? As imagens e o conteúdo utilizados no material de recrutamento e treinamento refletem a realidade? Há representatividade nas imagens escolhidas e, mais importante – elas servem para ilustrar um esforço real pela inclusão?
Neste ano que está terminando, presenciamos muito engajamento com a causa negra nas redes sociais. Embora esse tipo de manifestação tenha seu valor e importância, é fundamental que indivíduos, e especialmente empresas, pensem para além do feed. Estejamos todos, dia após dia, comprometidos com medidas e políticas que ajudem a criar uma nova narrativa. Uma em que o espaço para pleno desenvolvimento e sucesso profissional esteja ao alcance também da população negra, assim como hoje está ao alcance dos profissionais (leia-se homens) brancos.
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